terça-feira
Publicar em revistas científicas pesa tanto que já substitui as teses em cursos de pós-graduação
*A vez dos artigos
Publicar em revistas científicas pesa tanto que já substitui as teses em cursos de pós-graduação*
*SABINE RIGHETTI*
DE SÃO PAULO
Os periódicos científicos, onde pesquisadores publicam seus estudos, têm ganhado em importância. A tal ponto que, no Brasil, seguindo países como Holanda e EUA, alguns programas de pós-graduação já substituem a obrigação de escrever uma tese por artigos científicos.
O aluno pode defender, em banca, três trabalhos publicados ou aceitos para publicação em revistas científicas. Pelo menos dois deles devem estar em periódicos de "alto impacto", ou seja, aqueles que são muito citados por pesquisadores.
A substituição da tese pelos artigos é feita com aval da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que avalia a pós-graduação no país.
No Instituto de Biociências da USP, por exemplo, os alunos podem escolher entre a tese "padrão" ou os artigos.
"Ninguém lê tese, a não ser os membros da banca. Se o trabalho não for publicado, vai ficar jogado numa biblioteca", diz a geneticista Mayana Zatz, uma das entusiastas do formato. "Juntar papers já publicados é o melhor que pode ser feito. Na Holanda, eles já fazem isto há muito tempo", afirma.
"A publicação prévia é importante, mas não podemos deixar nas mãos das revistas a titulação dos alunos. A defesa da tese tem de ser mantida", alerta Rogério Meneghini, coordenador científico do Projeto SciELO, que reúne publicações da América Latina com acesso livre.
Além de disseminar as informações acadêmicas mais facilmente, os artigos dão mais visibilidade à produção científica do país. Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados.
*MAIS RANKINGS*
Mas os artigos não podem ser publicados em quaisquer revistas. Gestores têm criado rankings de periódicos para classificá-las.
No Brasil, o Qualis, da Capes, cumpre esse papel e classifica, por área de conhecimento, cerca de 17 mil títulos. Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.
A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.
"No meu campo de estudo, administração de empresas, o ranking não reflete a realidade", diz Ross Thomas, editor do "Journal of Educational Administration" e professor da Universidade de Wollongong, na Austrália.
Naquele país, o governo distribui R$ 2,8 bilhões para pesquisas de acordo com a "qualidade" da revista em que os trabalhos são publicados. Como não ocupa os primeiros lugares no ranking, que reúne 22 mil revistas do país, a área de Thomas fica com uma fatia pequena.
É isso também que acontece com as ciências humanas, cuja produção aparece mais em livros do que nas revistas. "É preciso adequar a metodologia [de avaliação] para essa área", diz Isidro Aguillo, do Laboratório Cybermetrics, do CSIC (Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha).
A distribuição de recursos de acordo com as áreas que mais publicam causa o que a sociologia da ciência chama "efeito Mateus". O nome é uma alusão à passagem bíblica que diz "a quem tudo tem, tudo lhe será dado".
"Quem mais publica artigos continua recebendo mais recursos", diz Maria Conceição da Costa, socióloga da ciência da Unicamp.
Folha de São Paulo, 15 de agosto
Publicar em revistas científicas pesa tanto que já substitui as teses em cursos de pós-graduação*
*SABINE RIGHETTI*
DE SÃO PAULO
Os periódicos científicos, onde pesquisadores publicam seus estudos, têm ganhado em importância. A tal ponto que, no Brasil, seguindo países como Holanda e EUA, alguns programas de pós-graduação já substituem a obrigação de escrever uma tese por artigos científicos.
O aluno pode defender, em banca, três trabalhos publicados ou aceitos para publicação em revistas científicas. Pelo menos dois deles devem estar em periódicos de "alto impacto", ou seja, aqueles que são muito citados por pesquisadores.
A substituição da tese pelos artigos é feita com aval da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que avalia a pós-graduação no país.
No Instituto de Biociências da USP, por exemplo, os alunos podem escolher entre a tese "padrão" ou os artigos.
"Ninguém lê tese, a não ser os membros da banca. Se o trabalho não for publicado, vai ficar jogado numa biblioteca", diz a geneticista Mayana Zatz, uma das entusiastas do formato. "Juntar papers já publicados é o melhor que pode ser feito. Na Holanda, eles já fazem isto há muito tempo", afirma.
"A publicação prévia é importante, mas não podemos deixar nas mãos das revistas a titulação dos alunos. A defesa da tese tem de ser mantida", alerta Rogério Meneghini, coordenador científico do Projeto SciELO, que reúne publicações da América Latina com acesso livre.
Além de disseminar as informações acadêmicas mais facilmente, os artigos dão mais visibilidade à produção científica do país. Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados.
*MAIS RANKINGS*
Mas os artigos não podem ser publicados em quaisquer revistas. Gestores têm criado rankings de periódicos para classificá-las.
No Brasil, o Qualis, da Capes, cumpre esse papel e classifica, por área de conhecimento, cerca de 17 mil títulos. Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.
A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.
"No meu campo de estudo, administração de empresas, o ranking não reflete a realidade", diz Ross Thomas, editor do "Journal of Educational Administration" e professor da Universidade de Wollongong, na Austrália.
Naquele país, o governo distribui R$ 2,8 bilhões para pesquisas de acordo com a "qualidade" da revista em que os trabalhos são publicados. Como não ocupa os primeiros lugares no ranking, que reúne 22 mil revistas do país, a área de Thomas fica com uma fatia pequena.
É isso também que acontece com as ciências humanas, cuja produção aparece mais em livros do que nas revistas. "É preciso adequar a metodologia [de avaliação] para essa área", diz Isidro Aguillo, do Laboratório Cybermetrics, do CSIC (Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha).
A distribuição de recursos de acordo com as áreas que mais publicam causa o que a sociologia da ciência chama "efeito Mateus". O nome é uma alusão à passagem bíblica que diz "a quem tudo tem, tudo lhe será dado".
"Quem mais publica artigos continua recebendo mais recursos", diz Maria Conceição da Costa, socióloga da ciência da Unicamp.
Folha de São Paulo, 15 de agosto
segunda-feira
Método Lógico para Redação Científica Internacional
Gilson L. Volpato
Data: 15 e 16 de setembro de 2011
Horário: 08h – 18h
Local: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo -
Auditório Carolina Bori
Endereço: Av. Prof. Mello Moraes, 1721 – Bloco G
Endereço: Av. Prof. Mello Moraes, 1721 – Bloco G
Investimento: R$80,00 – com possibilidade de afiliação à ABECIPsi
Inscrições através do telefone (11) 3091-4391
E-mail: abecipsi@gmail.com
quinta-feira
EE abre inscrições para workshop de publicação em periódico internacional
Estão abertas, até o dia 20 de setembro, as inscrições para o segundo Workshop Análise e Discussão de Dados Qualitativos e o Preparo da Publicação em Periódico Internacional, que acontece dias 22 e 23 de setembro na Escola de Enfermagem (EE) da USP. O curso é destinado a docentes e alunos de pós-graduação.
São 50 vagas (sendo 10 isenções) e a taxa para inscrição é de R$ 100,00. As inscrições podem ser feitas preenchendo a ficha de inscrição em duas vias, anexando chegue nominal no valor da taxa de inscrição e entregando-os pessoalmente (de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas ou das 13 às 16 horas) ou via correio, aos cuidados de Serviço de Cultura e Extensão Universitária da EEUSP.
O endereço da EE é Avenida Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, 419, Cerqueira César, São Paulo, CEP 05403-000.
Mais informações: (11) 3061-7531, email scex@usp.br, site www.ee.usp.br/eeusp/eventos.asp
São 50 vagas (sendo 10 isenções) e a taxa para inscrição é de R$ 100,00. As inscrições podem ser feitas preenchendo a ficha de inscrição em duas vias, anexando chegue nominal no valor da taxa de inscrição e entregando-os pessoalmente (de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas ou das 13 às 16 horas) ou via correio, aos cuidados de Serviço de Cultura e Extensão Universitária da EEUSP.
O endereço da EE é Avenida Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, 419, Cerqueira César, São Paulo, CEP 05403-000.
Mais informações: (11) 3061-7531, email scex@usp.br, site www.ee.usp.br/eeusp/eventos.asp
Revista científica do Hospital das Clínicas de São Paulo bate recorde de estudos no primeiro semestre de 2011
A Clinics, revista científica do Hospital das Clínicas de São Paulo, recebeu 594 estudos no primeiro semestre de 2011, um aumento de 127% em relação ao mesmo período do ano passado. Desses estudos, 197 artigos foram publicados.
O editor da Clinics, Dr. Mauricio Rocha e Silva, diz que o Brasil se consolida no grupo de pesquisadores mundiais. “Em 1996 estávamos em 21° lugar com pouco mais de oito mil artigos (0,5% da produção mundial). Em 2009 estávamos em 13°, com 40 mil publicações (2% da produção mundial). E em 2010, o Brasil fechou o ano com mais de 43 mil artigos científicos publicados”, contabiliza.
O número de leitores cresceu exponencialmente. A revista Clinics, editada em inglês e disponibilizada para a comunidade científica e ao cidadão somente pela internet, está indexada nas principais bibliotecas virtuais do mundo, como: Medlab, Scielo e a CAPES. “A antiga Revista do Hospital das Clínicas de São Paulo, era praticamente invisível e editada em papel. Rebatizada CLINICS em 2005 e totalmente digital, desde 2009, passou a ser a 13ª revista científica mais lida. Se tivéssemos só a versão impressa, não haveria condições de atingir esse número de leitores”, informa Dr Mauricio Rocha e Silva.
A Clinics lança a edição especial temática, suplementos que serão publicados a cada semestre, com destaque a um capítulo específico de área médica. A primeira edição é dedicada às Ciências neurológicas e comportamentais, com homenagem ao neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que apresenta uma revisão de seu trabalho sobre o desenvolvimento cérebro-máquina, desenvolvido na Universidade de Duke - (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3118434/?report=abstract). |http://www.clinics.org.br | www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/issues/197732].
Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=165117#
Convite - Psicologia baseada em evidências
Psicologia Baseada em Evidências: Provas Científicas da Efetividade da Psicoterapia
O “Report of the 2005 Presidential Task Force on Evidence-Based Practice” da American Psychological Association (APA) define Prática Baseada em Evidências como a integração da melhor pesquisa científica disponível com a experiência clínica no contexto das características, cultura e preferências do paciente (Levant, 2005). Em um contexto mais amplo, podemos definir a Psicologia Baseada em Evidências (PBE) como a integração de sólidas teorias psicológicas com a melhor evidência de pesquisa disponível, resultante de pesquisas de alta qualidade metodológica, aliada à experiência profissional na tomada de decisão em relação ao tratamento clínico, elaboração de guias e procedimentos e definição de políticas públicas na área de Psicologia.
A necessidade de ampliar a discussão sobre o tema suscitou a organização do livro Psicologia Baseada em Evidências: Provas Científicas da Efetividade da Psicoterapia, organizado pelos doutores Tâmara Melnik e Álvaro Atallah e publicado pelo Grupo Gen/Editora Santos, neste ano de 2011 que será apresentado na Biblioteca Dante Moreira Leite do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Clique no convite para mais informações.
terça-feira
WORKSHOP - USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA
A Psicologia Baseada em Evidências foi definida, em 2006, pela American Psychological Association (APA) como a integração da pesquisa de alta qualidade metodológica à habilidade clínica, considerando as características individuais e culturais dos pacientes, bem como as suas preferências. Tal prática teve origem no Canadá e tem sido integrada no Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido. O esforço da APA para intervir no debate sobre a eficácia e efetividade das psicoterapias pode ser reconhecido como uma tentativa de fazer valer a referência científica na definição dos espaços sociais e profissionais reservados às práticas e saberes psicológicos. Além da prática profissional, para que os tomadores de decisão possam se valer da evidência, é necessário aperfeiçoar a capacidade nacional, e regional, em se tratando de América Latina, em produzir e utilizar o conhecimento construído e publicado em revistas científicas. Tanto no processo de utilização das evidências científicas na prática profissional, quanto na tomada de decisão em políticas públicas, os atores envolvidos nessas atividades precisam extrair do “estoque” de conhecimentos gerados e organizados em bases de dados e outras fontes de informação o que lhe será útil na solução de seus problemas. O objetivo deste Workshop é colaborar para a ampliação da discussão dessa área ainda incipiente no Brasil e que poderá trazer grandes benefícios para os pacientes psicológicos, contribuir com o avanço do conhecimento e se tornar um facilitador na gestão pública.
Organização: Gabriela Andrade da Silva, Maria Imaculada Cardoso Sampaio (IPUSP) e Tamara Melnik (UNIFESP).
Público alvo: Pesquisadores, alunos de pós-graduação, bibliotecários e demais interessados no tema.
Local: Auditório Carolina Bori – Instituto de Psicologia – Universidade de São Paulo
Programa
6 de abril de 2011
9h - Emma Otta (IPUSP) – Boas vindas
9h15 – Sônia Beatriz Meyer (IPUSP) - As diferentes fontes de evidência na produção científica em Psicoterapia
10h15 - Intervalo
10h 45 - Tamara Melnik (UNIFESP) - Psicologia Baseada em Evidências: a articulação entre a pesquisa e a prática clinica
12h – Almoço
14h – Gabriela Andrade da Silva (IPUSP) - Aplicações da Psicologia Baseada em Evidências
15h - Janine Schirmer (UNIFESP) - Enfermagem Baseada em Evidências
16h – Intervalo
16h30 - Lino de Macedo (IPUSP) - Educação Baseada em Evidências
7 de abril de 2011
9h - Elizabeth Biruel (BIREME) – Como formular perguntas de pesquisa utilizando o P.I.C.O.
10h – Intervalo
10h30 – Maria Imaculada Cardoso Sampaio (IPUSP) - Fontes de informação em Psicologia
11h30 – Perguntas
12h – Almoço
14h – Oficina: Aplicação das estratégias de busca às fontes de informação (Sala de Treinamento Digital - localizada no Bloco G)
18h – Encerramento
Endereço: Av. Prof. Mello Moraes, 1721
Inscrições pelo telefone: 11 3091-4391 ou pelo E-mail: bibip@usp.br
Vagas limitadas para a Oficina “Aplicação das estratégias de busca às fontes de informação”. Entretanto, poderá ser agendada outra data para a Oficina na Biblioteca do Instituto de Psicologia.
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